Saber como investir melhor está ao alcance de todos
Um pequeno esforço faz uma grande diferença nas nossas vidas. Só precisamos de:
• Dedicar algum tempo ao assunto
• Acreditar nos benefícios do conhecimento académico – modernas teorias financeira e de economia comportamental – mais do que nas práticas comerciais da indústria financeira
• Perceber um pouco de Aritmética (mais do que Matemática) e conhecer um pouco (relevante) da História dos investimentos financeiros, numa linguagem simples e terra-a-terra
• Conhecermo-nos a nós próprios
• Saber onde erramos, do que nos arrependemos e como os podemos evitar
• Gostar de factos e de gráficos mais do que ideias e palavras
• Simplificar em vez de complicar o que é simples
COM 6 IDEIAS CHAVE TEMOS TUDO O QUE PRECISAMOS PARA FAZER BONS INVESTIMENTOS FINANCEIROS
Com 6 ideias chave temos tudo o que precisamos para investir bem: Objetivos do Investimento. Inflação e Capitalização. Retorno e Risco das Principais Classes de Ativos. Valor da Diversificação
#1: Priorizar, Fixar Metas e Monitorar os Objetivos Financeiros ou Saber o que Queremos Fazer e Quanto Precisamos
Poupamos porque temos objetivos financeiros futuros. Investimos porque precisamos: o trabalho e as contas poupança não chegam. Temos de fazer escolhas de objetivos e de risco. O capital que acumulamos ao longo da vida é escasso para todos os objetivos financeiros que temos pela frente.
Os objetivos financeiros mais comuns (a que correspondem os maiores arrependimentos de fracasso) são: Reforma; Fundo de Reserva/Emergência; Educação dos Filhos; Compra de Casa; Férias de Sonho; Investir num Negócio Próprio; Herança; etc..
Fonte: Franklin Templeton (confirmar)
Devemos dar-lhes graus de prioridade – e.g. críticos, importantes e aspiracionais –, fixar metas a cada um – prazo e capital pretendido – e dotar poupanças também a cada um – capital inicial e contribuições futuras periódicas, num exercício interativo
Devemos ter em conta o ciclo de vida nas finanças pessoais, nas fases de geração de rendimentos, de capacidade de poupança e de acumulação e de desacumulação de riqueza.
Fonte: UBS Wealth Management
#2 Perceber a Inflação e Capitalização ou Ter Presente como o Tempo Atua nos Investimentos
A Inflação ou o aumento dos preços ou do custo de vida ao longo do tempo tem de ser levada em conta, pois todos os objetivos financeiros que perseguimos são despesas futuras de bens ou serviços cujos preços estão indexados à inflação. Pelo efeito inflação, 100 dólares de 1900 apenas valiam $20 em 1970, $10 em 1980 e só $3.48 em 2012.
Fonte: obervationsandnotes.blogsopt.com
A Capitalização ou os rendimentos dos rendimentos dos investimentos é muito positiva para a acumulação de capitais: $10,000 investidos a 10% ao ano resultam em $450,000 em 40 anos. Obviamente é muito negativa para o endividamento (juros dos juros das dívidas).
Fonte: …
A Inflação e a Capitalização são ambas graduais e silenciosas mas têm um efeito muito significativo com o passar do tempo. Devemos tentar obter rendimentos superiores à inflação, evitar dívidas e começar a investir mais cedo e por mais tempo.
#3 Conhecer os Retornos e Riscos das Principais Classes de Ativos e Como Impactam nas Nossas Escolhas
Há 3 grandes classes de ativos: ações, obrigações e moeda (incluindo depósitos). Há uma relação direta entre retorno e risco, ou seja, não há almoços grátis.
As ações têm retornos superiores mas são mais voláteis, as obrigações têm retornos moderados mas menores flutuações e a moeda tem retornos inferiores (negativos com a inflação) mas são estáveis. Assim, normalmente identifica-se ações com valorização, obrigações com preservação e moeda com refúgio ou proteção.
Fonte: Ibbotson
Quanto maior o prazo menor a flutuação do investimento em ações e obrigações. O risco ou flutuação só é negativo quando dá origem a perda, por venda de investimentos abaixo do valor de compra. Os retornos, riscos e perdas máximas das classes de ativos variam com o tempo, associando ações ao médio e longo prazos e obrigações a curto prazo.
Fonte: JP Morgan AM 1950-2015
#4 Conhecermo-nos a Nós Próprios para Decidirmos a Alocação de Ativos Adequada
A alocação por grandes classes de ativos é o principal determinante do desempenho dos investimentos, tornando-se assim crucial para a boa gestão de patrimónios, ao contrário do que julga o investidor médio (é tão bom investidor quanto condutor!).
As carteiras de investimento podem ir de muito conservadoras a muito agressivas com retornos médios e flutuações (volatilidade) anuais crescentes mas estas flutuações dissipam-se no longo prazo.
Fonte: Fidelity
A alocação correta depende do prazo do investimento, da tolerância ao risco e da capacidade de assumir perdas. Alinhar importância e prazo do objetivo com a nossa capacidade de assumir perdas é fundamental. Diversificar por classes de ativos é a forma correta de melhorarmos o binómio retorno/risco ou valorização/preservação.
Fonte: Scott Simon
#5 Selecionar Bem os Investimentos ou Escolher Investimentos Indexados de Baixo Custo
Os investidores particulares obtêm retornos muito inferiores aos do mercado quer em ações quer em obrigações e em qualquer horizonte temporal. Nos prazos mais longos, de 10, 20 ou 30 anos o investidor obtém metade ou menos do que o mercado.
Fonte: Dalbar Quantitative Analysis of Investor Behavior 2016
A maioria dos investidores profissionais, como gestores dos fundos de investimento ativos, também não consegue bater os retornos do mercado em qualquer classe de ativos e o seu desempenho é tanto pior quanto maiores as comissões cobradas.
A performance dos mercados é incerta mas a comissão é um custo certo, o qual é grande e tem impacte crescente com o tempo devido ao efeito da capitalização. Não podemos evitar a incerteza dos mercados mas podemos poupar nos custos dos investimentos.
Fonte: Morningstar Active/Passive Barometer 2014
#6 Investir da Forma mais Correta ou Gestão Passiva Com Alocações Constantes
Os investimentos mais apropriados são os ETF ou Exchange Traded Funds das maiores gestoras desses fundos – Blackrock, State Street e Vanguard – pois têm comissões mais baixas, maior liquidez e melhor indexação aos mercados/ativos (menor “tracking error”).
Fonte: EFFGI global ETF and ETP monthly report, July, 2013
Devemos estar sistematicamente investidos no mercado evitando escolher os momentos pois não só não somos capazes de o fazer como pagamos bem caro por isso. Perder os 10 melhores dias em recentes 20 anos é cortar o retorno quase em metade e perder 30 dias é passar a retorno zero. A forma correta de atuar é rebalancear os investimentos de acordo com o objetivo e perfil de risco.
Fonte: Business Insider, Cost of Missing Best Days Market Returns 1995-2014