Neste blog incluímos uma resenha da edição anterior de 2020, que continha 2 capítulos especiais, um sobre os investimentos em ESG e outro sobre o investimento em países emergentes por comparação com as economias mais avançadas.
O núcleo da publicação é a base de dados de longo prazo compilada pelos autores, que cobre as rendibilidades de investimento em 32 países durante períodos de até 121 anos.
Este núcleo faz desta publicação uma referência ímpar no desempenho de longo prazo dos mercados financeiros, incluindo ações (por exemplo, o S&P 500 no caso dos EUA), obrigações do tesouro a 10 anos, bilhetes do tesouro, inflação e moedas.
Esta edição inclui uma análise do risco do investimento e dos prémios de risco das ações e obrigações, no mundo, nos últimos 121 anos.
Noutro capítulo são abordadas as previsões das rendibilidades futuras dos principais ativos a médio e longo prazo.
Por fim, também é analisado o desempenho dos mercados emergentes e uma comparação com os mercados desenvolvidos.
O desempenho das ações, das obrigações do tesouro e dos bilhetes do tesouro desde 1900
No longo prazo, as rendibilidades das ações têm dominado as obrigações do tesouro e as dos bilhetes do tesouro.
Ao longo dos 121 anos desde 1900, as ações superaram as obrigações e os bilhetes do tesouro em todos os 21 países.
No mundo, as ações superaram os bilhetes do tesouro em 4,4% ao ano e as obrigações do tesouro em 3,1% ao ano.
Este prémio de risco das ações relativamente às obrigações do tesouro foi maior nos EUA, de 4,4%, no Reino Unido, de 3,4%, e nos 21 países, de 3,5%.
Inclui também uma análise do comportamento das ações e das obrigações dos EUA sob diferentes regimes de taxas de inflação e de taxa de juro desde 1900.
As flutuações cambiais e o seu impacto na rendibilidade dos ativos
Uma conclusão interessante da análise das flutuações das moedas a longo prazo, é que apesar da enorme volatilidade e dos ganhos do dólar relativamente à maior parte das outras moedas (exceto o franco suíço), as alterações da paridade responderam em grande parte às taxas de inflação relativas.
Ao longo de mais de um século, as taxas de câmbio reais face ao dólar norte-americano mudaram num montante anualizado inferior a 1% ao ano.
Nestes termos, as rendibilidades em dólares têm sido muito semelhantes às rendibilidades em moeda local.
O risco dos investimentos e os prémios riscos das ações e obrigações em 121 anos
Ao longo do período de 121 anos, o prémio de risco anualizado das ações relativamente aos bilhetes do tesouro foi de 5,8% para os EUA e de 4,3% para o Reino Unido.
Em média, o prémio de risco das ações nos 21 países relativamente aos bilhetes do tesouro foi de 4,8%, enquanto o prémio de risco no índice de ações mundiais foi de 4,4%.
Relativamente às obrigações do tesouro a 10 anos, os prémios são semelhantes, mas tendem a ser menores.
O prémio de risco anualizado das ações dos EUA em relação às obrigações foi de 4,4% e o valor correspondente para o Reino Unido foi de 3,4%.
Nos 21 mercados, o prémio de risco relativo às obrigações foi de 3,5%, enquanto para o índice mundial foi de 3,1%
As estimativas das rendibilidades futuras a médio e longo prazo das ações e obrigações
As previsões de rendibilidades anuais futuras a médio e longo prazo para os EUA também são muito interessantes.
Os autores estimam que as rendibilidades reais esperadas do portefólio tradicional, constituído por 60% ações e 40% obrigações do tesouro, são de 2% ao ano.
Este valor é de cerca de um terço do valor dos últimos 90 anos (com base no prémio de risco de 3,5% ao ano sobre os rendimentos atuais das obrigações do tesouro).
Este novo mundo de baixos retornos irá desafiar aforradores, investidores, planos de pensões, fundações e instituições.
O desempenho dos mercados emergentes e a comparação com os mercados desenvolvidos
As rendibilidades a longo prazo das economias emergentes têm sido menos impressionantes do que muitos pensam.
A longo prazo, as ações daas economias emergentes foram 1,5% ao ano mais baixas do que as desenvolvidas, enquanto as obrigações das economias emergentes tiveram um desempenho inferior em 2,4% ao ano.
Este baixo desempenho deve-se principalmente até já longínquos anos 40.
Desde 1960, as ações das economias emergentes superaram as das economias desenvolvidas em cerca de 1,5% ao ano.
Em contrapartida, as obrigações das economias emergentes continuaram a ter um desempenho inferior, embora tenham superado ligeiramente as obrigações das economias desenvolvidas nos últimos 20 e 30 anos, mas não a última década.
Aceder aqui:
https://www.credit-suisse.com/about-us/en/reports-research/studies-publications.html