Este é o primeiro artigo de uma série dedicada ao tema da necessidade de aumentarmos significativamente os investimentos pela forte limitação ou incapacidade posta na nossa vida financeira decorrente do baixo rendimento dos depósitos e de outras contas de poupança.
Para ganharmos a independência financeira precisamos de investir mais a médio prazo.
O que poupamos vai sobretudo para contas poupança e depósitos a prazo. Poupamos pouco e temos poucas poupanças. Não queremos perder nada. Não arriscamos. Preferimos uma aplicação com baixa taxa de juros e com baixo risco a melhores rendibilidades e mais voláteis.
O problema é que ao fazermos isto perdemos. Na maioria das vezes, a taxa destas aplicações nem sequer é superior à inflação. Significa que perdemos poder de compra.
Temos de investir. Precisamos de investir. Temos de procurar melhores rendibilidades. Se queremos melhores rendibilidades temos de assumir mais risco. Aqui não há almoços grátis.
No entanto, se fizermos bem as coisas conseguimos melhores rendibilidades com riscos moderados e aceitáveis. Sobretudo se investirmos a médio e longo prazo.
E porque não? Porquê a obsessão de fazer aplicações a curto prazo, a 3, 6 ou 12 meses? Se virmos bem as coisas, normalmente nós renovamos estas aplicações. Mantemo-las não por meses ou sequer um par de anos, mas antes por muitos e bons anos. Nalguns casos, algumas décadas. Deixamos estar porque só precisamos destas poupanças muito mais tarde. Normalmente e em grande parte são para a nossa reforma. Ou para a educação dos filhos. Ou ainda para outro qualquer objetivo de médio e longo prazo.
Sendo assim já vale a pena correr os riscos dos investimentos financeiros. Com muitos anos pela frente podemos investir grande parte em mercados acionistas.
Não em ações individuais, mas nos mercados acionistas no seu todo.
Investir em ações individuais é só para quem sabe ou para quem julga que sabe. Se existem, são muito poucos e seriam muito ricos e conhecidos. Neste caso a melhor regra de decisão é perguntarmo-nos se somos capazes de selecionar ações. Tivemos bons resultados no passado? Melhores do que os do mercado? Está provado que os investidores particulares têm rendibilidades muito inferiores às do mercado. Até mesmo a maioria dos gestores de investimento profissionais não consegue bater o mercado.
As boas notícias é que não precisamos de o fazer. Selecionar investimentos ou gestores de investimentos é um risco (mais do que um trabalho) que podemos evitar. Para quê por os ovos todos no mesmo cesto?
Os principais mercados acionistas geram rendibilidades da ordem de 8 a 10% por ano, o que em termos reais significa 5% a 6% (mesmo os mercados obrigacionistas geram rendibilidades reais de 1% a 2%).
Com isto já devíamos ficar contentes.