Contas de poupança não rendem e por isso temos de investir
As taxas reais de rendibilidade dos investimentos financeiros são muito superiores às das poupanças em todos os países do mundo
Os exemplos da criação de riqueza dos investimentos versus poupanças na Alemanha e no Reino Unido
As taxas reais de rendibilidade dos investimentos financeiros são muito superiores às das poupanças em todos os países do mundo
Com o pouco que poupamos não vamos longe só com depósitos ou contas poupança. É como irmos e esbarrarmos contra um muro.
Vimos num outro artigo que as taxas de juro anuais reais das poupanças, incluindo os depósitos e as contas de poupança, são próximas de zero ou até negativas.
Pelo contrário, as taxas de rendibilidade anuais reais dos investimentos, quer nos mercados acionistas quer nos mercados obrigacionistas, são marcadamente positivas.
O gráfico seguinte mostra estas taxas de rendibilidade reais anuais médias para os investimentos nos principais mercados acionistas e obrigacionistas mundiais no período entre 1900 e 2017:
A taxa de rendibilidade anual média das ações, em ternos reais, foi de 5,2% e a das obrigações de 3% a nível global.
O gráfico seguinte apresenta a mesma informação contida só no anterior século e evidenciando os valores destas taxas de rendibilidade dos investimentos nos diversos países:
Os principais mercados acionistas registaram taxas de rendibilidade anuais médias, em termos reais, entre 2,5% e 7,6%. Os maiores mercados verificaram rendibilidades de 6,7% para os EUA, 5,8% para o Reino Unido, 4,5% para o Japão e 3,6% para a Itália.
Os principais mercados obrigacionistas registaram taxas de rendibilidade anuais médias, em termos reais, entre -2,2% e +2,8%. Os maiores mercados verificaram rendibilidades de 1,6% para os EUA, 1,3% para o Reino Unido, -1,6% para o Japão e -2,2% para a Itália.
Fica evidente que os países que escaparam às grandes guerras mundiais tiveram um desempenho muito superior aos que estiveram diretamente envolvidos nas mesmas. As guerras causaram a morte de milhões de vidas humanas e destruíram uma enorme riqueza económica, financeira, social e cultural.
https://www.credit-suisse.com/about-us/en/reports-research/studies-publications.html
Os exemplos da Alemanha e Reino Unido da criação de riqueza dos investimentos versus poupanças
Os gráficos seguintes exemplificam o efeito de criação de riqueza dos investimentos nos mercados financeiros por comparação com as aplicações de poupanças em depósitos bancários ou contas de poupança, para os casos alemão e britânico, nos últimos anos.
Em termos reais, as rendibilidades anuais das ações (a azul claro) oscilaram muito com uma média positiva da ordem dos 8%. As rendibilidades das obrigações tiveram menores variações e uma média em torno dos 2%. As rendibilidades dos seguros de capitalização foram de 4% em média. As das poupanças e depósitos foram de cerca de 0%.
O efeito conjugado daquelas taxas de rendibilidade reais anuais na composição dos diversos ativos financeiros detidos pelas famílias alemãs resultou em contributos muito elevados mas com alguma volatilidade dos investimentos acionistas, moderados e mais estáveis dos seguros de capitalização, baixos dos investimentos nos mercados obrigacionistas, e de zero das aplicações em poupanças.
A rendibilidade média anual da riqueza das famílias terá sido da ordem dos 4%, em termos reais.
No caso do Reino Unido, o investimento de £1,000 em 1994 teria resultado num capital em 2015 de £2,602 nos mercados acionistas, de £859 em aplicações de poupança e €616 se mantidos cash e sem remuneração.