Para uma diversificação completa e eficiente temos de passar das 2 grandes classes de ativos – ações e obrigações – para as suas principais subclasses
Completar a diversificação é aumentar o seu valor pela combinação das principais subclasses de ativos para melhorar o binómio rendibilidade e risco
Recordatório: É impossível prever o desempenho das classes e subclasses de ativos até mesmo no curto prazo
Das combinações de classes para as combinações das subclasses
Completar a diversificação é aumentar o seu valor pela combinação das principais subclasses de ativos para melhorar o binómio rendibilidade e risco
Depois de definirmos a alocação entre contas de poupança e investimentos e, nestes, entre as principais classes de ativos, ações e obrigações, vale a pena irmos mais longe fazendo uma diversificação mais completa.
As razões são as mesmas. Por um lado, não colocar todos os ovos no mesmo cesto, e por outro, a imprevisibilidade das rendibilidades mesmo a curto prazo.
A fundamentação teórica reside em melhorar o binómio entre rendibilidade e risco esperados, procurando combinações das subclasses que aumentem a rendibilidade para um dado nível de risco ou vice-versa (diminuam o risco para uma dada rendibilidade).
Só vale a pena estendermos e avançarmos na diversificação por via do aumento das combinações de subclasses de ativos até ao ponto em que se promova uma melhoria significativa do binómio entre rendibilidade e risco do investimento. Quando tal não suceda, a complexidade adicional e os custos associados ao incremento das subclasses não compensam.
Podemos definir várias subclasses de ativos de acordo com uma multiplicidade de critérios. As principais subclasses de ativos, validadas pelos estudos teóricos da diversificação de investimentos e as mais comumente usadas pelos profissionais da gestão de investimentos, são as seguintes:
- Nas Ações: a geografia (região ou país) e a dimensão da capitalização das empresas (pequenas, médias e grandes) do investimento;
- Nas Obrigações: a geografia (região ou país), a natureza ou tipo do emitente (governos ou empresas) e a qualidade ou rating de risco de crédito (qualidade de investimento ou especulativo);
- Nos Alternativos: imobiliário, mercadorias (ou recursos naturais), ouro, “hedge funds” e capital de risco.
Esta é a forma atual e moderna de fazer alocação de ativos em gestão de patrimónios e que contrasta com o modelo tradicional usado até à década de 90.
Fonte: Schwab Intelligent Portfolios™ Asset Allocation White Paper, Charles Schwab
Recordatório: É impossível prever o desempenho das classes e subclasses de ativos até mesmo no curto prazo
As poupanças ou “cash” são aplicações de curtíssimo prazo com rendibilidades nulas ou mesmo negativas em termos reais e com liquidez imediata.
Os investimentos em ações e obrigações são aplicações a prazos superiores a 2 anos e proporcionam rendibilidades médias superiores embora sujeitos a eventuais perdas decorrentes das flutuações dos mercados.
As principais subclasses de ações são a geografia (região ou país) e a dimensão das empresas (pequenas, médias e grandes). As principais subclasses de obrigações são também a geografia (região ou país), a natureza ou tipo e a qualidade ou rating de crédito do emitente.
O gráfico evidencia o desempenho anual de 9 das principais subclasses de ativos num período de 20 anos entre 2000 até 2019, incluindo: 4 de ações, Large Cap Equity (S&P 500, ações de grandes empresas EUA), Small Cap Equity (Russell 2000, ações de pequenas empresas EUA), Developed ex-US Equity (MSCI World ex-EUA), Emerging Market Equity (MSCI Emerging Markets); 3 de Obrigações, US Fixed Income (Barclays US Aggregate Bond Index, obrigações rating investimento EUA), High Yield (Barclays US High Yield Index, obrigações rating especulativo EUA) and Global ex-US Fixed Income (Barclays Global Aggregate non-US Bond Index, obrigações rating investimento ex-EUA); Real Estate (Footsie EPRA, imobiliário); Cash Equivalents (3-month US Treasury bills, bilhetes do tesouro a 3 meses EUA).
Ativos com bom desempenho nuns anos acabam por ter maus desempenhos nos anos seguintes: este é o efeito dos ciclos de mercado (perídos de “boom” and “bust”); e.g. imobiliário, mercados emergentes, etc.
Não há nenhum ativo superior mesmo num período curto de 17 anos.
É muito difícil prever-se o comportamento das classes de ativos até mesmo no curto prazo.
https://www.standard.com/eforms/13499.pdf
Das combinações de Classes para as Combinações das Subclasses
O primeiro nível da diversificação consiste em alocar pelas 2 grandes classes de ativos, escolhendo a combinação de rendibilidades e risco esperados entre ações e obrigações mais adequada ao prazo de investimento e ao perfil de risco do investidor.
O gráfico seguinte mostra as combinações entre ações (S&P 500) e obrigações (Dívida pública americana a 10 anos) para o período de 40 anos entre 1970 e 2017.
O segundo nível da diversificação consiste em fazer exatamente o mesmo, mas relativamente às principais subclasses de ativos.
Em termos gerais, as principais classes e subclasses de ativos posicionam-se da seguinte forma em termos de rendibilidade e risco.
O gráfico seguinte assinala as rendibilidades e risco de cada uma das subclasses de ativos representados para o período de 20 anos entre 1998 a 2017.
É evidente que as combinações no canto inferior esquerdo do gráfico, que têm associado menor risco, consistem maioritariamente de ativos de dívida, enquanto as do canto superior direito, a que se associa maior risco, são fundamentalmente de ativos de ações.