Os “hedge funds” surgiram na década de 1970, desenvolveram-se na de 1990, cresceram exponencialmente entre 2001 e 2007, caíram abruptamente, e desde 2012 têm crescido mais moderadamente, evidenciando um processo de seleção natural dos melhores
Depois de terem mostrado um desempenho superior na década de 90 e durante as grandes crises de 2000 e 2008, os “hedge funds” têm tido rendibilidades médias anuais inferiores às dos mercados acionistas e obrigacionistas sobretudo a partir de 2009
Os “hedge funds” ou fundos de retorno absoluto são investimentos alternativos, menos regulamentados, acessíveis a investidores qualificados, e que investem nos mercados financeiros usando estratégias proprietárias
Os “hedge funds”, também chamados de fundos de retorno absoluto, são investimentos alternativos que mobilizam capitais para investimento nos mercados financeiros e prosseguem diferentes estratégias de gestão para procurarem obter rendibilidades independentes e superiores às do mercado, para os seus investidores.
Os fundos de retorno absoluto podem ser geridos de forma agressiva e/ou utilizarem derivados e a alavancagem, investindo em mercados nacionais e internacionais.
Geralmente, os fundos de retorno absoluto só são acessíveis a investidores qualificados, uma vez que exigem menos regulamentação das autoridades de supervisão dos mercados do que outros fundos.
Em termos de estrutura jurídica, os fundos de retorno absoluto são, na maioria das vezes, criados como sociedades de responsabilidade limitada de investimento privado que estão abertas a um número limitado de investidores qualificados e exigem um grande investimento mínimo inicial.
Os investimentos em fundos de retorno absoluto são ilíquidos, uma vez que exigem frequentemente que os investidores mantenham o seu dinheiro no fundo durante pelo menos um ano, um período conhecido como período de bloqueio. As desmobilizações de fundos também só podem ocorrer em determinados intervalos, por exemplo trimestral ou semestralmente.
Os fundos de retorno absoluto utilizam diferentes estratégias de investimento e, portanto, são muitas vezes classificados de acordo com o estilo de investimento. Há uma diversidade substancial nos atributos de risco e investimentos entre estilos.
Os “hedge funds” surgiram na década de 1970, desenvolveram-se na de 1990, cresceram exponencialmente entre 2001 e 2007, caíram abruptamente, e desde 2012 têm crescido mais moderadamente, evidenciando um processo de seleção natural dos melhores
Os primeiros “hedge funds” surgiram na década 1970 e tiveram a seguinte evolução entre 1990 e 2016:
Os “hedge funds” desenvolveram-se na década de 90, cresceram significativamente entre 2001 e 2007 e estabilizaram ou regrediram desde então. O mesmo sucedeu com os fundos de “hedge funds”, que são os fundos de investimento que investem em “hedge funds”.
Em termos de ativos sob gestão a evolução foi a seguinte:
A indústria de fundos de retorno absoluto representava mais de 3,1 biliões de dólares de ativos totais sob gestão em 2020. O crescimento desses ativos foi quase exponencial entre 1997 e 2007, ano em que sofreu um grande revés e os ativos caíram para metade, iniciando uma subida mais gradual a partir de 2012.
O gráfico seguinte mostra a evolução dos novos “hedge funds” criados versus os liquidados entre 2008 e 2020:
Vemos que neste período foram criados tantos “hedge funds” novos quanto os liquidados, sendo que mais recentemente o saldo começou a tornar-se negativo.
Depois de terem mostrado um desempenho superior na década de 90 e durante as grandes crises de 2000 e 2008, os “hedge funds” têm tido rendibilidades médias anuais inferiores às dos mercados acionistas e obrigacionistas sobretudo a partir de 2009
O gráfico seguinte mostra que os “hedge funds” tiveram rendibilidades claramente superiores às dos mercados acionistas na década de 90 e durante a crise de 2000 a 2003:
Contudo, desde 2009 as rendibilidades têm sido muito inferiores às do mercado acionista:
O gráfico seguinte mostra o desempenho de um investimento de 1,000 em dois dos tipos de “hedge funds” mais comuns comparados com o S&P 500, no período entre 2003 e 2017.
Vemos que enquanto o investimento em S&P 500 gerou um capital acumulado de mais de 3,000 dólares, o investimento nos dois tipos de “hedge funds” pouco superou o capital investido nestes 15 anos.
Na tabela seguinte, apresentam-se as rendibilidades anuais do investimento em “hedge funds” (dada pelo seu índice global que é um compósito das rendibilidades das várias estratégias ponderadas pelos respetivos ativos sob gestão), comparadas com as de outros investimentos, no período entre 1998 e 2016, e em dois subperíodos, até 2003 e após esse ano:
No total do período de 18 anos, a rendibilidade anual dos hedge funds foi de 4,5%, inferior às rendibilidades de qualquer um dos investimentos comparados, seja nos mercados acionistas (S&P 500 e MSCI ACWI ex-US), nos mercados obrigacionistas (Bloomberg Barclays Aggregate Bond Index), ou uma combinação de 60% nos mercados acionistas (S&P 500) e 40% nos obrigacionistas.
No entanto, a realidade é distinta quando analisamos os subperíodos. Nos 5 anos entre 1998 e 2003, os “hedge funds” superarem largamente as rendibilidades de qualquer um dos investimentos comparados, e nos 12 anos seguintes, entre 2004 e 2016, foram largamente ultrapassados pelas rendibilidades daqueles.
O gráfico seguinte mostra mais uma comparação da rendibilidade anual dos “hedge funds” com a do S&P, entre 1995 e 2019, assinalando a azul os anos em que os “hedge funds” tiveram melhor rendibilidade, e a laranja os anos em que o S&P 500 foi melhor:
Basta olhar para as cores para se tornar evidente que os “hedge funds” tiveram um melhor desempenho no passado, sobretudo até ao ano 2000, e que desde então o S&P 500 tem sido a melhor opção. Se olharmos mais atentamente vemos que os “hedge funds” foram mais úteis em períodos de recessão, em particular nas de 2000 e 2007.
Os gráficos acima mostram que os “hedge funds” são mais interessantes em períodos de crise dos mercados e menos atrativos durante os ciclos positivos.
O gráfico seguinte mostra as rendibilidades das várias estratégias de “hedge funds” em 2018, e nos 3 e 5 anteriores, mais uma vez comparadas com a do investimento no S&P 500:
Nesses períodos, o investimento no S&P 500 não só bateu o índice geral dos “hedge funds” (Barclays Hedge Fund Index), como bateu qualquer uma das estratégias de investimento usadas.
Esta evolução das rendibilidades teve implicações evidentes na evolução dos ativos sob gestão e sobretudo do número de “hedge funds” em atividade.