Não são nem chocolates nem chás. Podiam ser paisagens maravilhosas, grandes lagos e montanhas espetaculares.
Em finanças pessoais, o que os Chineses e os Suíços têm comum são Altas Taxas de Poupança!
Em média, os cidadãos Chineses poupam 40% e os Suíços quase 20% do seu rendimento disponível, assumindo-se como das mais altas taxas de poupança mundiais.
Os Chineses poupam porque precisam do dinheiro no futuro, dado que os sistemas de proteção social na China são ainda incipientes.
Os Suíços poupam porque gostam de ter mais dinheiro no futuro, para viverem melhor a reforma ou passarem os capitais às novas gerações.
https://data.oecd.org/hha/household-savings.htm
https://howmuch.net/articles/saving-rates-around-the-world
O rendimento per capita corrigido pelo poder de compra (ou ajustado ao custo de vida) dos Chineses é muito baixo em termos mundiais, e o dos Suíços é dos mais altos do mundo.
Estes e outros exemplos mostram que poupar não é só para ricos!
Poupa quem quer e não só quem tem maior capacidade ou rendimento.
Normalmente, julgamos que só consegue poupar quem tem capacidade financeira. As pessoas que ganham muito. Quem tem rendimentos altos que permitam por de parte uma parcela do seu rendimento. Como vemos, não é assim. Os Chineses conseguem taxas de poupança invejáveis em qualquer parte do mundo.
Outro preconceito é de que os que menos precisam do dinheiro no futuro também não poupam. Gastam o dinheiro para gozar melhor a vida no presente. Os Suíços mostram que fazem o contrário. Apesar de terem um bom sistema de proteção social, poupam bastante. E, os Suíços não estão sozinhos.
Uns poupam por necessidade, outros por gosto. Uns porque precisam, outros porque sabem que lhes faz bem.
O que nos dizem os outros países? Temos uma diversidade de situações.
Entre os restantes os países que mais poupam, com taxas de poupança também superiores a 10% do rendimento disponível, encontram-se países ricos e com bons sistemas de proteção social, tais como a Suécia, Alemanha, França e Luxemburgo, e outros países menos ricos, como a México, Hungria e Rússia.
Por outro lado, temos países muito ricos como os Japão, Austrália, Canadá com taxas de poupança muito baixas. Temos países em desenvolvimento, como a Polónia e os países do báltico, com taxas de poupança próximas de zero. Os EUA e a Holanda têm taxas de poupança moderadas, da ordem dos 7%. Portugal, Espanha e Reino Unido têm taxas de poupança negativas.
Em termos internacionais, a riqueza pode influir na capacidade de poupança, mas não é determinante.
Assim, os fatores que parecem ser mais importantes são de ordem cultural. Dentro destes fatores sobressaem a questão da propriedade da habitação e o consumerismo em geral. Só assim se explica que os países nórdicos e a China e Hungria sejam dos países em que mais se poupa.
Em resumo, a poupança é um modo de estar e de viver. Um hábito e uma prática. Uma cultura que se adquire. Independentemente do rendimento e da riqueza.
Fonte: OECD, Economic Outlook, 2000-2017, novembro 2018