As maiores valorizações do S&P 500 nos últimos 30 anos
As ações norte-americanas com a maior valorização nos últimos 10 e 20 anos
As ações norte-americanas com a maior valorização de todos os tempos
Há padrões nestas empresas ou ações de crescimento secular ou vintage?
O desafio do investimento nestas ações é muito maior do que parece à primeira vista. Não basta identificar as empresas, o que já é muito difícil, mas é preciso também ter a coragem de manter o investimento por muitos anos
As ações com maior potencial nos próximos 20 a 30 anos
As rendibilidades das ações do índice S&P 500 desde 1926 até à data foram de 9,5% ao ano, e na última década, entre 2010 e 2020, foram ligeiramente superiores e da ordem de 13,6%.
Estas rendibilidades são bastante boas, mas há naturalmente ações que fazem melhor.
É isto que abordaremos neste artigo até porque pequenas diferenças de rendibilidade constituem grandes diferenças de valorização do capital ao longo de muitos anos.
As maiores valorizações do S&P nos últimos 30 anos
A tabela seguinte apresenta as ações constituintes do S&P 500 que mais se valorizaram em 30 anos entre dezembro de 1990 e novembro de 2020 e a valorização do investimento inicial de 10 mil dólares em cada uma dessas empresas (assinalando com asterisco as que foram objeto de oferta de subscrição inicial durante o período):
São 30 empresas em 30 anos, nos quais – é importante não esquecer – sucederam três crises, a bolha tecnológica em 1999-2000, o subprime em 2007-08 e a pandémica em 2020.
No pior dos casos, o da Amphenol, o investimento de 10 mil dólares teria resultado num valor de quase 3 milhões de dólares em 30 anos, correspondente a uma rendibilidade média anual de 21,7%.
No melhor caso, da Amazon, esse investimento valeria hoje 21,3 milhões de dólares, proporcionando uma rendibilidade média anual de 38,4%.
Já agora, o mesmo investimento de 10,000 dólares nas empresas do índice S&P 500 teria proporcionado uma rendibilidade média anual de 9,87%, resultando em capitais de 168,000 dólares.
Os ganhos seriam no pior dos casos de 17,8 vezes mais do que os proporcionados pela rendibilidade média do índice.
Alguns nomes são bem conhecidos de toda a gente, e pouco surpreendem. Fazem parte da lista a Amazon, Netflix, Apple, Microsoft, Starbucks, UnitedHealth, Cisco, Nvidia e Oracle.
Outros são menos conhecidos, como a Monster Beverage, Jack Henry, Cerner, ou até se podem estranhar, como a Best Buy, Ross Stores, Kansas City Southern e Altria.
Estas não são empresas tecnológicas ou de vanguarda. São empresas de setores tradicionais, de bens de consumo, de transporte ferroviário e até mesmo de tabaco. Aliás, se bem que haja muitas empresas do setor da tecnologia, há uma diversidade de setores representados.
Veremos agora as empresas que se valorizaram mais noutros períodos.
As ações norte-americanas com a maior valorização nos últimos 10 e 20 anos
O gráfico seguinte mostra as 10 ações que mais se valorizaram nos últimos 20 anos:
Fazem parte deste grupo a Monster Beverages (da cerveja Corona), Netflix, Equinix (), Contractor Supply(), Intuitive Sirurgical (), Ansys (), Apple, Idexx (), Mastercard e Ross Stores. 5 ou metade destas empresas constava da lista dos 30 anos.
Um investimento de apenas 100 dólares teria resultado em capitais entre 6,1 e 62 mil dólares.
Para compararmos com os números acima, do exemplo do investimento de 10 mil dólares, basta multiplicarmos estes valores por 100, chegando a entre 601 mil e 6,02 milhões de dólares.
As empresas são muito diversas e de vários setores, como o tecnológico, bebidas, saúde, financeiro e retalho.
Estranha-se a ausência de empresas como a Walmart, a Exxon e a Berkshire Hathaway, assim como de algumas das restantes FAANG, mas esta circunstância deve-se à própria metodologia. Algumas destas empresas não existiam no início do século ou a sua cotação já era superior a 100 dólares nessa altura.
Em seguida apresenta-se uma lista das 50 ações do S&P 1500 (que cobre 90% do mercado acionista norte-americano) que mais se valorizaram dos últimos 10 anos (entre 2010 e 2019):
Como vimos, esta década foi muita positiva para o S&P com rendibilidades acima de 13% o que resultaria numa valorização acumulada de 3,6 vezes.
Estas 50 empresas tiveram uma valorização entre quase 1,000% e 4,800%, multiplicando os capitais investidos por 10 a 48 vezes.
A empresa que mais aumentou a capitalização bolsista foi a Amazon passando de $60Bn para $860Bn, mas ficou só em 27º lugar.
A lista é composta de empresas de vários setores.
A década foi muita positiva para as empresas tecnológicas, como a Netflix, Broadcom e Nvidia, mas também para a empresa alimentar Domino’s Pizza e a MarketAxess de negociação de obrigações.
O setor das matérias-primas e em particular da energia não teve um desempenho muio positivo neste período.
Numa lista mais restrita e centrada exclusivamente no S&P 500 nos últimos 10 anos, temos as ações que mais se valorizaram por cada setor foram:
Neste conjunto temos a Netflix, Market Axess, Abiomed, Transdigm, Broadcom, Align Technologies, United Rentals, Regeneron, Ulta Beauty, Amazon, ExtraSpace, Constellation Brands, e Nvidia, entre outras.
Mais uma vez, algumas destas ações também contam da lista das melhores ações os 20 e dos 30 anos.
Se nos centrarmos nalgumas das empresas mais conhecidas, a valorização nos últimos 10 anos proporcionou a seguinte multiplicação de $1,000 de capitais investidos:
Os capitais acumulados foram de $49k na Netflix, $22k na Amazon, $8k na Apple e UnitedHealth, $6k na Nike, Microsoft e Alphabet, etc.
As ações norte-americanas com maior valorização de todos os tempos
Embora não tenhamos conseguido uma imagem temos um link para um artigo sobre as 50 empresas que ao longo dos tempos tiveram maiores valorizações (ou criaram mais riqueza), dando conta do valor gerado e do período em que tal ocorreu:
https://www.kiplinger.com/slideshow/investing/t052-s001-the-50-best-stocks-of-all-time/index.html
Integram esta lista as seguintes empresas, por ordem decrescente de criação de valor: Exxon Mobil (energy), Apple (tech), Microsoft (tech), GE (industrial), IBM (tech), Altria (tobacco) Johnson & Johnson (pharma), General Motors (autos), Chevron (energy), Wal-Mart (retail), Alphabet (tech), Berkshire Hathaway (financial), Procter and Gamble (consumer staples), Amazon (tech), Coca-Cola (beverages), Dupont (industrial), AT&T Corp (telcos), Merck (pharma), Wells Fargo (financial), Intel (tech), JP Morgan (financial), Home Depot (consumer discretionary), Pepsico (beverages), Oracle (tech), Mobil (energy), 3M (industrial), Walt Disney (media), Facebook (tech), Abbott Labs (pharma), Pfizer (pharma), MacDonald’s (food retail), United Health (health), ATT (telcos), Amoco (energy), Verizon, Texaco (energy), Brystol Myers-Squibb (pharma), Comcast (telcos), ConocoPhillips (energy), Warner Lambert (pharma), Boeing (transports), Amgen (biotech), Schlumberger (energy), Cisco (technology), Visa (financial) HP (technology), United Technologies (industrial), Union Pacific (transports), Sears (consumer discretionary) e Gilead Sciences (biotech).
Muitas destas empresas mantêm-se no topo há bastantes anos.
Poucas destas empresas perderam algum fulgor nos últimos tempos, sendo porventura a Sears o exemplo mais evidente.
Sabemos que há setores que à luz dos nossos dias estão sobre representados, como o caso da energia.
Embora seja difícil encontrar padrões numa lista tão diversificada, vale a pena tentar encontrar fatores ou denominadores comuns.
No link seguinte há um vídeo animado com a evolução das 10 ações mais valiosas do índice S&P 500 nos últimos 40 anos, entre 1980 e 2020:
https://www.aarp.org/money/investing/info-2021/most-valuable-stocks-by-the-decade.html
Ações que mais se valorizaram no último ano
Se fossemos analisar as ações que mais se valorizaram no último ano a lista seria muito diferente das anteriores, que foi influenciado por muitos fatores específicos.
Foi um ano da energia, de outras matérias-primas e das ações meme.
Isto mostra que analisar períodos mais curtos pode não ser muito útil para detetarmos ações de crescimento secular.
Há padrões nestas empresas ou ações vintage ou secular growth?
Encontramos na combinação desta lista com as anteriores algumas constantes para estas empresas de grande valorização ou também chamadas de admiráveis. São empresas:
– De enorme dimensão;
– Que atuam em mercados globais;
– Dum modo geral, de grande consumo;
– De tecnologia, farmacêuticas, saúde e consumo básico como os setores mais representados;
– Com vantagens competitivas duradouras e sustentáveis, nalguns casos quase monopólios naturais;
– Com boas margens de lucro e taxas de crescimento;
– E que transacionam a preços razoáveis ou justos.
Nos gráficos seguintes, apresentam-se as maiores correções sofridas por duas das empresas mais conhecidas das listas anteriores, a Amazon e a Apple:
Na crise da bolha tecnológica a Amazon chegou a perder mais de 94% do seu valor. Quantos de nós resistiríamos a tais perdas? De então para cá, as correções foram mais moderadas e o resultado final está à vista.
No caso da Apple, os desafios ainda forma maiores, pois repetiram-se várias vezes. Durante a bolha tecnológica chegou a perder 82% do valor, situação parecida com a que já tinha ocorrido nos anos iniciais. Porém, a Apple voltou a perder mais de 50% na crise do subprime e quase outro tanto em 2014.
São testes de resistência sucessivos, mas os ganhos finais aparecem.
As ações com maior potencial nos próximos 20 a 30 anos
Em conclusão: Ninguém sabe ao certo. Esta bola de cristal não existe. Cabe a cada investidor procurar e encontrar nas pistas do mercado as empresas que considera poderem fazer parte destas listas no futuro.