Investir é um processo a médio e longo prazo. Para ter sucesso deve realizar-se a diversificação dos investimentos de acordo com o prazo de investimento e perfil de investidor
Precisamos de investir em ativos financeiros – ações e obrigações – para realizar objetivos, sabendo que quanto maior a rendibilidade, maior o risco
Investir em ativos financeiros é um processo a médio e longo prazo que para ser bem-sucedido requer conhecermos como funcionam os ativos financeiros e quem somos como investidores
A alocação dos investimentos entre ações e obrigações deve ser adequada ao nosso caso pessoal e determina o resultado dos mesmos e a valorização do património em mais de 90%
Para sermos bem-sucedidos precisamos de ser pacientes, racionais, decididos a manter o rumo e a evitar o excesso de ruído dos mercados
Quem somos como investidores: as 2 dimensões do perfil de risco pessoal: a capacidade de risco e a tolerância ao risco
A alocação correta deve ser guiada pelo prazo do objetivo do investimento e pelo perfil de risco, sendo o perfil do investidor resultante da capacidade financeira e tolerância ao risco
Precisamos de investir em ativos financeiros – ações e obrigações – para realizar objetivos, sabendo que quanto maior a rendibilidade, maior o risco
Quando pensamos em gestão de patrimónios é fundamental percebermos o que está em causa.
Precisamos de investir em ativos financeiros pois só as suas rendibilidades nos permitem atingir os objetivos financeiros que queremos. Os rendimentos do trabalho não chegam e as poupanças não rendem o suficiente.
Os 2 ativos financeiros principais são ações e obrigações. O investimento em ações tem mais rendibilidade, mas maior risco.
Temos de escolher onde nos queremos situar numa linha que começa em baixo risco, rendibilidade praticamente nula ou negativa em termos reais, e termina em alto risco, rendibilidade potencialmente elevada, tal como as eventuais perdas. Ou seja, qual a nossa balança de rendibilidade e risco?
Investir em ativos financeiros é um processo a médio e longo prazo que para ser bem-sucedido requer conhecermos como funcionam os ativos financeiros e quem somos como investidores
No processo para investirmos bem é fundamental sabermos quem ou como somos como investidores. Não somos todos iguais; ou melhor, somos todos diferentes. Para que os investimentos sejam bem-feitos temos de acreditar, confiar e assumir plenamente as responsabilidades e consequências do processo e das decisões que tomámos.
Os investimentos em ativos financeiros são voláteis. Há momentos de mercado em que as coisas estarão a correr positivamente e outros em que poderão estar a evoluir negativamente. Ou seja, há momentos em que investimentos poderão estar a valorizar-se e o nosso património a crescer, e outros em que os investimentos poderão incorrer em algumas desvalorizações e o património começar a diminuir.
Para sabermos viver e bem esses momentos, os das valorizações, mas sobretudo os das desvalorizações, temos de saber como e quem somos enquanto investidores.
Por outras palavras, como nos sentiríamos e seríamos tentados a atuar se enfrentássemos estas situações.
Porquê? Porque o processo de bem investir em ativos financeiros é um processo de médio e longo prazo, que exige que mantenhamos o rumo, independentemente das circunstâncias e dos ruídos do mercado.
Se não perspetivarmos os investimentos a médio e longo prazo não é possível obtermos as rendibilidades superiores pois não conseguimos a disciplina necessária para gerir os momentos de risco e de flutuação dos mercados. Se assim for, não vale a pena investirmos em ativos financeiros e é melhor ficar pelas rendibilidades das poupanças e depósitos a prazo.
A chave do sucesso da gestão de patrimónios e dos resultados dos investimentos reside em dois aspetos centrais:
1) Conhecimento e experiência dos ativos financeiros e do funcionamento dos mercados financeiros;
2) Conhecer-se a si próprio em termos de perfil de investidor.
https://www.streamfinancial.com.au/wp-content/uploads/2020/05/real-investment-advice.pdf
https://wealthwatchadvisors.com/wp-content/uploads/2020/03/QAIB_PremiumEdition2020_WWA.pdf
A alocação dos investimentos entre ações e obrigações deve ser adequada ao nosso caso pessoal e determina o resultado dos mesmos e a valorização do património em mais de 90%
Os investimentos que fazemos são para nos dar satisfação e não preocupação ou ansiedade. Perceber como funcionam é fundamental para decidirmos bem, para assumirmos as responsabilidades, para estarmos seguros de que estamos no bom caminho e para mantermos o rumo a médio e longo prazo independentemente das flutuações de curto prazo.
Todos queremos as maiores rendibilidades proporcionadas pelos investimentos em ações e até em obrigações.
Queremos as rendibilidades nominais de 10,1% ao ano em ações ou de 5,7% ao ano em obrigações. Preferimos as rendibilidades reais, após impostos e inflação, de 5,1% ao ano em ações às de 0,6% ao ano em obrigações.
Mas conseguimos passar por eventuais situações de crise ou de “stress” dos mercados que nos podem colocar perante desvalorizações acentuadas do investimento?
Em que ponto desta escala de rendibilidades médias anuais nos queremos situar: trocar risco por rendibilidade?
Sabemos que quanto maior o prazo dos nossos investimentos, será mais fácil enfrentarmos situações perdas temporárias de capital pois no longo prazo as ações são imbatíveis.
Para sermos bem-sucedidos precisamos de ser pacientes, racionais, decididos a manter o rumo e a evitar o excesso de ruído dos mercados
O gráfico seguinte mostra que apesar dos retornos positivos do S&P 500 em 29 dos últimos 39 anos, em cada ano houve desvalorizações médias de 13,9% que certamente fizeram com que muitos investidores desistissem desses investimentos, por excesso de preocupação ou ansiedade. Se tal acontecesse, a rendibilidade média anual teria desaparecido.
Esses comportamentos de ansiedade, mas também de excesso de confiança, geradores de pânico ou de euforia, são enviesamentos naturais a que estamos sujeitos e que estão bem ilustrados neste gráfico cuja linha espelha a evolução do índice S&P 500 entre 1996 e 2016:
Fonte: Blackrock
Como bem disse Benjamin Graham: “O principal problema do investidor – e até mesmo o seu maior inimigo – é provavelmente ele próprio.
As 2 dimensões do perfil de risco pessoal: a capacidade de risco e a tolerância ao risco
A decisão de tomada de risco dos investimentos em ativos financeiros começa por avaliarmos o nível de risco necessário para alcançar o objetivo financeiro pretendido, de acordo com o comportamento conhecido dos ativos financeiros.
Seguidamente há 2 dimensões para se avaliar o perfil de risco pessoal: a capacidade financeira para tomada de risco (a nossa riqueza, património ou capital) e a tolerância ao risco ou a vontade para o assumir (as inclinações psicológicas).
É muito importante percebermos bem o que significa cada uma e como as devemos conjugar para definirmos o nosso perfil de risco.
A capacidade de tomada de risco tem a ver com a nossa situação financeira presente e futura e as necessidades de virmos a precisar dos fundos. É uma dimensão racional, objetiva e quantificável. Quanto mais dinheiro tivermos, maior será a nossa capacidade para suportar desvalorizações do mercado. Quanto mais tempo tivermos para mobilizarmos os fundos investidos, também melhor poderemos enfrentar e passar pelos momentos de desvalorização.
Por outro lado, a tolerância ao risco tem a ver com a forma como agimos ou melhor reagimos face ao risco. É uma dimensão essencialmente emocional e de sentimento. Quando temos perante nós cenários ou situações adversas, como é que nos comportamos. Somos pessoas muito ansiosas ou preocupadas, equilibradas ou tolerantes, ou aventureiras ou arriscadas?
Em cada um de nós, estas duas dimensões podem estar ou não em sincronia. Por um lado, temos os comportamentos e atitudes declarados, racionalizados e subjetivos, e por outro, os efetivos, reais e objetivos. Se estiverem, não devemos ajustar os nossos comportamentos. Se não estiverem devemos corrigi-los, adotando um perfil mais conservador.
Fonte: Fundamentals for Investors, 2018, Morningstar
Diversificar de acordo com os nossos prazos do investimento e perfil de investidor
Pelo exposto concluímos que diversificar adequadamente é fazer investimentos de acordo com o nosso horizonte e perfil de investidor (capacidade e tolerância ao risco).
O gráfico seguinte apresenta uma alocação central padrão entre ações e obrigações nestas duas dimensões de prazo e perfil:
Vemos que a alocação de ativos é a resultante de uma conjugação matricial do prazo de investimentos (número de anos até atingir objetivo e números de anos para usar o capital) e dos vários perfis de risco.
O prazo e perfil de risco – capacidade e tolerância – fazem variar essa alocação central para menos ou mais ações (isto é, menos ou mais risco e menos ou mais rendibilidade esperado) em função das respostas. Seremos tanto mais conservadores quanto menos prazo tivermos e mais intolerantes ao risco formos e mais arrojados quanto mais prazo dispormos e mais tolerantes ao risco formos.