Precisamos de investir em ações para termos valorização do património numa carteira diversificada
Uma carteira diversificada deve conter pelo menos em 30 ações, para gerirmos melhor o risco do investimento em ações individuais
Privilegiando produtos de investimento indexados aos principais índices dos mercados acionistas e de baixo custo, pois nem os gestores profissionais superam o desempenho dos mercados e quanto mais caros pior
O mais sensato é investir na carteira ou portefólio do mercado global de capitais, que reflete a importância de todas as ações em cada momento e serve de orientação aos maiores gestores profissionais
Diversificar não só nas geografias, mas também na moeda do país de destino
Investindo nos produtos de investimento indexados aos mercados acionistas pretendidos e de mais baixo custo
Precisamos de investir em ações para termos valorização do património numa carteira diversificada
Precisamos de investir em ações para:
- Diversificar uma carteira de investimento e associar a valorização do capital das ações à estabilidade do rendimento proporcionado pelas obrigações;
- Se quisermos ter uma parte do nosso património para criar mais riqueza a longo prazo, através de maiores rendibilidades, mas com mais volatilidade no curto prazo.
Vimos que as ações proporcionam rendibilidades médias anuais altas, embora com maior nível de risco.
Recorda-se que nos EUA, entre 1926 e 2018, o retorno real do investimento em ações das maiores capitalizações (após inflação e impostos) foi de 5,1% ao ano, o que fazia com que ao fim de 90 anos, o capital obtido era 30 vezes mais do que o investido, em termos reais.
Mais uma vez, o seu principal atrativo é aportar crescimento ao investimento do património. Não investir em ações significa abdicar destas rendibilidades.
Muitas não fazem qualquer investimento em ações pois acham que é demasiado complexo ou demasiado arriscado.
Noutros artigos vimos que nós precisamos de investir em ativos financeiros em particular em ações para vivermos melhor.
Dos 3 principais ativos financeiros, as ações são o que cria proporciona maior rendibilidade anual e o que verdadeiramente cria riqueza a médio e longo prazo. E nós temos objetivos financeiros que queremos atingir a médio e longo prazo. Se não investirmos em ações não conseguimos. Não chegamos lá com os rendimentos do trabalho e dos investimentos nos outros ativos financeiros.
Por outro lado, investir em ações não é tão complicado e arriscado quanto pode parecer. É possível simplificar e reduzir o risco desse investimento. Este artigo pretende responder à questão de como devemos investir adequadamente em ações de acordo com um modelo de raciocínio e pensamento estruturado.
Uma carteira diversificada deve conter pelo menos em 30 ações, para gerirmos melhor o risco do investimento em ações individuais
Para o fazer temos de começar por saber em que tipo ou classe de ações queremos investir.
Há pessoas que investem num pequeno número de ações individuais porque consideram que são aquelas que darão maior rendibilidade, seja porque consideram que as conhecem melhor ou porque ouviram a opinião de alguém que consideram como especialista. Na maioria das situações, os resultados não são bons, o que confirma o que os vários estudos dizem relativamente ao fraco desempenho do investidor individual e até mesmo do gestor profissional, em termos médios.
A primeira questão que se coloca é em quantas ações devemos investir. Para o investidor comum a resposta é simples. Para termos uma diversificação do risco adequada, que nos permita maximizar a rendibilidade para um dado nível de risco, ou atingir um dado nível de rendibilidade esperada com redução do risco, precisamos de investir num conjunto de pelo menos 30 ações. Os estudos mostram que esse é o menor número de ações que minimiza o risco da carteira de investimentos.
Há investidores que preferem investir em menos ações porque acham que conseguem ter melhores resultados escolhendo estas ações. A resposta deve ser sempre a mesma: se obtêm melhores resultados, não mudem. Mas façam bem as contas, e as contas todas em exceções. Nós, como muitíssimos outros investidores, não somos capazes. A existirem, os ganhadores contam-se pelos dedos da mão, se não estariam ricos e seriam publicamente conhecidos.
Teria sido excelente investir só na Microsoft e na Apple e noutras empresas semelhantes que tiveram grandes valorizações nos últimos anos. Contudo, será que teríamos conseguido evitar investir na Lehman, na Enron, Worldcom e muitas outras que embora não falindo tiveram desempenhos desastrosos.
A questão que se coloca em seguida é em que tipo de instrumentos. Diretamente em ações ou em fundos de investimento, e se for este o caso em que tipos de fundos.
Privilegiando produtos de investimento indexados aos principais índices dos mercados acionistas e de baixo custo, pois nem os gestores profissionais superam o desempenho dos mercados e quanto mais caro pior
Os estudos mostram que investir num conjunto de títulos tem dado maus resultados para o investidor individual médio.
Os investimentos em ações feitos pelos investidores individuais têm tido rendibilidades muito inferiores às do mercado (medido pelo desempenho do principal índice dos EUA, o S&P500) no médio e longo prazo, sendo a diferença de cerca de 3% a 5% por ano nos prazos a partir de 3 e até 20 anos. O efeito da capitalização faz destas diferenças, grandes montantes.
O gestor de fundos ativos também não tem tido resultados muito melhores:
Só entre 6,1% a 17,6%% dos mesmos bate o mercado nos investimentos em empresas de grandes capitalizações em períodos de 10 a 20 anos. Os números melhoram um pouco para as empresas de pequenas e médias capitalizações (de mais risco), mas mesmo assim a maioria não bate o mercado, sendo só entre 11,9% a 35,5% que o consegue fazer nos mesmos períodos. E por serem profissionais, cobram comissões. O surpreendente é que quanto mais cobram, piores são os resultados.
Nem os investidores individuais nem sequer os gestores profissionais conseguem obter melhor rendibilidade do que o mercado em geral.
A solução está então em investir em produtos de investimento que repliquem os índices de mercado e de baixo custo. Os chamados fundos de investimento índices, sejam ou não transacionados em bolsa (“Exchange Traded Funds” ou ETF).
O mais sensato é investir na carteira ou portefólio global do mercado de capitais, que reflete a importância de todas as ações em cada momento e serve de orientação aos maiores gestores profissionais
Vimos que as ações têm como principais caraterísticas:
a) A geografia;
b) A dimensão das empresas, das grandes empresas às médias e pequenas capitalizações de mercado;
c) A natureza das empresas, estáveis e que pagam um bom dividendo classificadas como empresas de valor, ou mais voláteis e em forte expansão esperada, classificadas como de crescimento;
d) A moeda de denominação.
Há várias pistas relativamente aos investimentos que devemos selecionar:
- Fazer como os principais investidores institucionais, entre os quais o Norges Fund (mais de 1 bilião de euros e ativos sob gestão), que maioritariamente seguem o portefólio global dos mercados acionistas;
- Ver quais os fundos índice mais procurados, com maior volume de ativos sob gestão e mais baixos custos de gestão.
A resposta é replicar o portfolio global dos mercados acionistas escolhendo os maiores fundos e de mais baixo custo.
Nestes termos teríamos as alocações aos EUA em cerca de 50%, ao Japão em 9%, Reino Unido em 6%, zona Euro em 15% e 20 % de mercados emergentes.
Diversificar não só nas geografias, mas também na moeda do país de destino
A diversificação leva-nos mais uma vez a dispersar os nossos investir em termos geográficos.
O gráfico seguinte mostra o impacto da volatilidade do risco cambial no investimento em ações e obrigações:
Conclui-se que não vale a pena cobrir a volatilidade do risco cambial em ações, sendo preferível investir na moeda do país de destino, a que acresce que essa oferta de produtos de investimento é muito maior.
Relativamente ao investimento em ações devemos investir nas moedas das geografias ou mercados de destino, isto é, dólares para os investimentos em ações dos EUA, ienes do Japão, libras esterlinas do Reino Unido, euros da Zona Euro e assim sucessivamente.
Esta situação de que em ações devemos investir na moeda do país de destino ou sem conversão cambial para a nossa moeda, contrasta com o que devemos fazer nos nossos investimentos obrigacionistas.
Investindo nos produtos de investimento indexados aos mercados acionistas pretendidos e de mais baixo custo
Mais uma vez, devemos investir nos produtos de investimento mais diversificados e de mais baixo custo, o que nos conduz aos fundos de investimento e equiparados, sejam fundos índice ou outros produtos com uma política de investimentos idêntica, em qualquer dos casos alinhados com as classes de ativos pretendidas. As comissões podem representar um custo enorme em termos de capital acumulado no final, chegando a atingir, nalguns casos, mais de 50% da valorização do capital.
Aliás, os produtos de investimento indexados são uma tendência crescente de evolução da gestão de investimentos.
Entre as várias hipóteses temos os fundos da Blackrock, Vanguard, State Street, Fidelity, etc:
Num outro artigo desenvolvemos em mais detalhe estes produtos de investimento.
A Morningstar é uma empresa especializada na avaliação e comparação de fundos de investimento, atribuindo ratings a cada fundo em função do desempenho, rendibilidade, risco, entre outros fatores. O seu rating abrange a maioria dos fundos de investimento indexados. Nesse sentido é uma fonte de informação útil para a sua seleção:
https://www.morningstar.pt/pt/fundquickrankLegacy/default.aspx
https://screen.morningstar.com/fundselectoraol.html
Num outro artigo, aprofundaremos a informação nela contida.
https://www.amazon.com/Little-Book-Common-Sense-Investing-ebook/dp/B075Z6HSCJ
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